Big Papa Records

Que ele foi um dos maiores bateristas de todos os tempos, isto mundo sabe. Portanto, vamos direto ao assunto: este LP duplo, gravado ao vivo em 1972 como parte das comemorações do 45º aniversário daquele que foi o maior parceiro rítmico que John Coltrane teve, é de uma intensidade absoluta.

Seu quarteto, com dois saxofonistas – Steve Grossman e David Liebman – e sem um pianista, o ajudou a desbloquear todas as experimentações de sua memória. Com isto, Jones se sentiu totalmente a vontade para enveredar por temas longuíssimos, repletos de improvisações incríveis, como pode ser ouvido nos mais de 21 minutos de “Fancy Fee” e nos quase 16 minutos de “Sweet Mama”.

Jones concebeu experiências rítmicas muito interessantes na abordagem peculiar de uma bela parceria entre Ira Gershwin e Kurt Weill, “My Ship”, e não excluiu nada do que lhe veio à mente em termos de levadas deliciosamente tortas em “New Breed”.

Longe de uma celebração convencional, Jones inverteu a ordem das coisas e nos presenteou com uma apresentação desconcertante. Quem ganha com isto? Nós.