ROY BUCHANAN – A Street Called Straight

julho 5, 2013 em Resenhas do Régis

 

Este disco, lançado originalmente em 1976, não foi apenas o primeiro que o grande guitarrista gravou pela Atlantic Records, mas também marcou uma guinada em seu som e em seu processo de composição.

 

Muito por conta da influência do produtor de Arif Mardin – responsável pelos melhores discos de Aretha Franklin nos anos 60 e 70 -, Buchanan aceitou a sugestão de incluir uma maior quantidade de composições próprias, manter a sua “banda de palco” – com quem já tinha um ótimo entrosamento há anos – e convidar outros músicos sensacionais para as gravações do álbum, tudo visando para um som mais “soul”, suingado e menos endurecido.

 

Assim, as faixas deste LP apresentam participações especiais de gente do porte dos bateristas Billy Cobham (ex-Mahavishnu Orchestra) e Andy Newmark (que mais tarde faria parte do Roxy Music), do baixista expert em fusion/funk Will Lee, do naipe de metais do grupo Brecker Brothers – liderado pelos irmãos Randy e Michael Brecker, que estão presentes aqui também – e do vocalista do The Rascals, Eddie Brigati.

 

A nova proposta de som fica claro logo cara na sensacional “Running Out”, um blues/soul vitaminado por licks espetaculares da parte de Buchanan que vão fazer a alegria de quem curte os discos do Foghat, por exemplo.  Ainda mais suingadas são canções como “Keep What You Got”, “Man on the Floor”, “Okay”, “My Friend Jeff” – uma evidente homenagem a Jeff Beck – e a ótimas e sacolejante versão que Buchanan fez para “If Six Was Nine”, de Jimi Hendrix.

 

Ao mesmo tempo, ele enveredou por um intrigante e belíssimo “southern rock” progressivo em “I Still Think About Ida Mae” e se permitiu a fazer algumas experimentações sônicas com seu instrumento na estranhíssima “Guitar Cadenza”.

 

Este é um daqueles discos que serviram – e ainda servem – para abrir os ouvidos e o cérebro dos “puristas do blues”.